Governo Militar - Médici
· · Os “anos de chumbo” do regime militar
Reconhecendo a impossibilidade de Costa e Silva reassumir a presidência, o alto comando militar indicou como seu sucessor o general Emílio Garrastazu Médici. Seu nome foi referendado pelos parlamentares da Arena no Congresso, e no novo presidente assumiu o cargo em 30 de outubro de 1969.
Apoiado na legislação instituída no final do governo Costa e Silva, o governo Médici representou os chamados “anos de chumbo” da ditadura, sendo o período em que o poder ditatorial e a violência repressiva do governo contra as oposições chegaram ao seu auge.
· Luta armada
Com o fechamento político, alguns grupos opositores não viram outra saída senão se lançar na luta armada.
Os grupos guerrilheiros desse período lançaram-se na luta armada contra o fechamento político do regime militar. Promoveram diversas ações, como assaltos a bancos e sequestros de diplomatas estrangeiros, com o propósito de conseguir dinheiro para financiar a luta política e trocar os sequestrados por companheiros presos e torturados nos órgãos de segurança.
· O milagre brasileiro
O “milagre brasileiro” foi a denominação que a propaganda oficial deu ao desenvolvimento econômico que marcou o governo Médici. Caracterizou-se pelo crescimento da economia (comandada pelo ministro da Fazenda Delfim Netto), que alcançava altas taxas anuais, tendo por base o aumento da produção industrial, o crescimento das exportações e a acentuada utilização de empréstimos do exterior. Paralelamente, no entanto, o governo adotou uma rígida política de arrocho salarial, diante da qual os trabalhadores e os sindicatos não podiam reagir, devido à repressão política.
O “milagre” durou pouco porque não se baseava de forma predominante nas próprias forças econômicas do país, mas numa situação externa favorável e na tomada de empréstimos internacionais. Quando essa situação desapareceu (com o aumento do preço do petróleo no mercado externo, entre outros fatores), a economia brasileira sofreu grande impacto; verificou-se, então, o crescimento acelerado da inflação e da dívida externa. Teve início uma longa crise econômica, acarretando, para o governo militar, a perda de um de seus principais argumentos para se sustentar no poder: ficou demonstrado que a ditadura não garantia o desenvolvimento econômico. Essa nova conjuntura político-econômica abriu espaço para as oposições, que foram lentamente se reorganizando e passaram a exigir, cada vez mais, a volta da democracia.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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